terça-feira, 31 de maio de 2011

CASAMENTO - A importância do acompanhamento profissional no emagrecimento

O casamento, e todo o período que o antecede, é repleto de estresse e correria. Conciliar a organização de todos os afazeres e ainda se preocupar com a saúde e estética torna a vida da noiva, e também do noivo, uma loucura!



Dentre os maiores focos da noiva, quando se fala em saúde e estética, é a preocupação em apresentar um corpinho enxuto e cabelos, unhas e pele perfeitos no dia da cerimônia. Com isso, vem as ideias de dietas e “dicas de amigas” que prometem dar uma solução ao problema. A maior questão é que, na maioria das vezes, essas atitudes alteram e muito o funcionamento do organismo, piorando o que deveria ser melhorado. Dentre os culpados disso estão o estresse e a falta de orientação profissional (nutricionista ou nutrólogo).


Atualmente as fontes de consulta e orientação para emagrecimento são muitas: revistas, sites, blogs, rádio, amizades, etc. Porém, uma vez que não realizada uma avaliação prévia do estado nutricional do indivíduo, estas orientações podem trazer diversas complicações para a saúde. Sim, muitas delas realmente apresentam o efeito da perda de peso rápida, porém, junto também se perde diversas vitaminas, minerais, e ao fim do período, além de não se saber se realmente houve perda de gordura (que não é tão simples de ser eliminada do corpo), perde-se muita massa magra (musculatura) e líquidos, o que não representa exatamente um emagrecimento, muito menos saudável.


A perda de massa magra e líquidos gera toda uma alteração no funcionamento metabólico do corpo, diminuindo o gasto energético do mesmo. Tal fato que leva ao re-ganho de peso após o retorno da alimentação “normal” e a dificuldade de perda novamente. Quanto a perda de minerais e vitaminas, seja pela diminuição da ingestão e absorção ou por eliminação de alguns deles, ocorrerá uma deficiência que será refletida em todo o corpo, não somente em cabelos, unhas, pele, etc. Tudo isso gera o tão conhecido “Efeito Sanfona”.


O processo de emagrecimento, e tudo que o envolve (pele, cabelos, unhas, redução de gorduras localizadas, etc), deve ser feito com orientação de um nutricionista ou nutrólogo, pois somente ele irá adaptar sua alimentação a sua rotina com as necessidades do seu organismo e suas necessidades pessoais, ou seja, um plano alimentar individualizado. Neste processo entra a adaptação da alimentação, com redistribuição dos alimentos nos horários corretos e nas quantidades indicadas; a inclusão, quando necessário, de fitoterápicos (compostos naturais de plantas que auxiliam na saúde do organismo) e suplementos alimentares, que abrangem desde vitaminas e minerais para repor deficiências, a compostos não-nutricionais que tem efeito benéfico no organismo, focando também na estética (melhora de pele, cabelos, unhas, etc); a preocupação com a período hormonal, uma vez que este interfere intensamente em todo o processo; orientações para melhora de hábitos alimentares que prejudicarão toda a conduta; orientações para preparo de refeições.



Porém, para que o emagrecimento seja efetivo, a atividade física é imprescindível, principalmente por auxiliar no aumento do gasto calórico devido à atividade, aumento de massa magra (que irá aumentar o gasto energético basal, ou seja, do corpo no dia a dia) e melhora na parte cardiovascular (exercícios aeróbicos, mais indicados para a perda de gordura corporal). Porém, estes devem ser feitos, também, sob orientação de profissional educador físico ou fisioterapeuta.


Resalto, ainda, que, uma vez apresentando qualquer alteração de saúde ou doença pré-existente, se torna essencial o acompanhamento médico, pois somente este profissional poderá receitar medicamentos se estes forém necessários.




Mesmo na correria das vésperas de um momento tão importante para a vida de muitas pessoas, para garantir que se tenham resultados exatos e evitar complicações posteriores, o ideal é programar tudo, inclusive o acompanhamento nutricional e para atividade física, se preparando para arrasar no grande dia.




 



  Fernanda C. G. Oliveira
Nutricionista CRN-9 9239

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

TPM - Como contorná-la?



 
A TPM (Tensão Pré-Menstrual) é um transtorno físico, psíquico e hormonal que atinge a milhares de milhares em todo o mundo. É um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual ( por volta de 14 a 10 dias antes da menstruação), podendo ser tão severos que interfiram significativamente na vida da mulher.

Dentre os sintomas mais frequentes, variando individualmente a intensidade e frequência, tem-se (fonte: Tua Saude.com):

Sintomas psicológicos

Irritabilidade, nervosismo, hipersensibilidade emocional, agitação, raiva, insônia, dificuldade de concentração, letargia, depressão, sensação de cansaço, ansiedade, baixa auto-estima, ataques de choro.

Sintomas gastrintestinais

Dores abdominais, inchaço abdominal, prisão de ventre ou diarréia, náusea, vômitos, sensação de peso na pelve.

Sintomas dermatológicos

Acne, e agravamento de problemas dermatológicos preexistentes.

Sintomas neurológicos

Dores de cabeça, tontura, desmaios, sensação de zumbido, contrações musculares, palpitações, descoordenação dos movimentos.

Outros

Aumento da retenção hídrica, sensação dolorosa nas mamas, ganho de peso, aumento da predisposição a alergias e gripes, diminuição do desejo sexual, aumento ou falta de apetite.
Os sintomas da tensão pré-menstrual conhecida como TPM, são reais e mais intensos em umas mulheres do que em outras. Estão relacionados com as alterações hormonais da hipófise (hormônio luteinizante e hormônio folículoestimulante) e dos hormônios sexuais ovarianos (estradiol e progesterona).







A nutrição pode auxiliar na diminuição de alguns sintomas, porém, para melhor efeito, as atitudes descritas abaixo devem ser seguidas durante todo o período menstrual.



 ·  Nos períodos da TPM (Tensão Pré-Menstrual), evite:

1.   Excesso de açúcar (faz desperdiçar cálcio, magnésio e vitamina B6 no processo metabólico, o que provoca hipoglicemia - queda dos níveis de açúcar no sangue - e, conseqüentemente, ansiedade, depressão e desejo de mais doce);

2.   Álcool (também pode causar hipoglicemia);

3.   Alimentos ricos em gordura, como óleo, manteiga, margarina e carnes gordurosas (pode aumentar a produção de estrogênio e propiciar o aparecimento da acne);

4.   Cafeína, presente no café, chás (preto, mate, verde, branco, vermelho), refrigerantes à base de cola (causa irritação, hiperatividade, ansiedade, cansaço e alteração de humor);

5.   Sal (causa o  problema de retenção de líquido, caracterizado por inchaços - inclusive nos seios - e sensação de peso);

6.   Excesso de chocolate (apesar da vontade de comer o doce aumentar durante a TPM, ele piora os sintomas, pois tem substâncias excitantes) – no máximo, consuma uma barra pequena (25g) de chocolate amargo ou meio-amargo (teor de cacau acima de 40%);



 
·  Nos períodos da TPM (Tensão Pré-Menstrual), prefira:
  
1.      Tomar chá de camomila e de folha de maracujá pois aliviam as   crises nervosas e promovem uma sensação de relaxamento. São    ideais para mulheres com sintomas de ansiedade e nervosismo;

2.      Tomar chá de cavalinha para evitar o inchaço, agindo como diurético, tomando três xícaras ao dia (manhã, tarde e noite);
3.      Ingerir uma boa quantidade de alimentos ricos em magnésio como folhosos verde-escuro (couve, brócolis, espinafre, agrião, rúcula), figo, aveia e beterraba, alcachofra, quiabo, castanhas do Pará e de caju, abacate, banana especialmente nos dias que precedem e também durante a menstruação;

4.      Consumir bastante água para evitar a retenção de líquido;

5.      Consumir também outros líquidos como água de coco e chás de frutas, sem açúcar;

6.      Dar preferência aos carboidratos complexos (pães integrais, arroz  integral, gérmen de trigo);

7.      Consumir diariamente alimentos fonte de ômega-3 como atum, salmão, sardinha, arenque, semente ou óleo de linhaça, óleo de canola (com moderação);

8.      Consumir alimentos fonte de cálcio, leite sem lactose e derivados   (iogurte naturais, queijo branco, coalhada,etc), folhosos verde escuro, figo seco, brócolis, lentilha, aveia, no mínimo três vezes por   dia;

9.      Consumir alimentos fonte de fibras como frutas, verduras, cereais   integrais, algas, leguminosas (feijão, grão-de-bico, soja, ervilha, lentilha, vagem);

10.  Incluir produtos derivados da soja como o tofu e o “extrato hidrossolúvel” (leite de soja);

11.  O ideal é consumir estes alimentos o mês todo, mas se não for possível, iniciar o consumo por volta de 15 a 10 dias antes da menstruação.


 




 
Além disso, sempre aconselha-se a atividade física, pois esta ajuda a controlar hormônios e produz serotonina, o que deixa a todos muito felizes, não é?!


 





Gostaria apenas de esclarecer uma dúvida deixada sobre o post anterior. O problema do colesterol elevado com o consumo de carnes é devido ao fato deste alimento ser riquíssimo em gorduras saturadas, que é o que mais influencia na elevação do colesterol no sangue. Além de que este alimento contem colesterol, também. Entendem?

Um grande abraço,


Fernanda Oliveira
Nutricionista Clínica
CRN MG 9239


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vegetarianismo - Prós e Contras

A partir da sugestão dada, irei abordar esse assunto tão polêmico: O Vegetarianismo, com foco em seus prós e contras. Sei que muitos falarão que tomarei partido de ser vegetariano, devido ao fato que sou. Porém, serei bem diplomática e esclarecerei dúvidas com o objetivo de que vocês tenham suas opniões, ok?!Não entrarei em detalhes quanto a questão filosófica. Meu foco são os aspectos nutricionais.

Existem 3 tipos de vegetarianos: Vegan(o)s, Ovolactovegetarianos e Lactovegetarianos, sendo os que não consomem nenhum alimento de origem animal; os que não consomem carnes (vermelhas ou brancas), mas consomem leite e derivados e ovos; e os que não consomem carnes e ovos mas, consomem leite e derivados, respectivamente.



A partir do momento que restrige-se algo na alimentação, essa restrição deve ser acompanhada de uma substituição, preferencialmente com acompanhamento de um profissional (Nutricionista ou Nutrólogo). O que acontece muito é que ao "virarem vegetarianos", muitos não procuram se informar ou não buscam acompanhamento, dai as complicações da mudança na alimentação. Quanto mais restrita, como no caso de Veganos, maior deverá ser a atenção a aliemntação para que não falte nenhum nutriente essencial.



As carnes são fontes de proteínas de ótimo valor biológico, ou seja, que possuem os aminoácidos essenciais na dosagem certa para a utilização no organismo humano. Além disso, as carnes são fontes de minerais (zinco, ferro, cobre, selênio, fósforo, potássio, magnésio) e vitaminas (complexo B: principalmente B2, B3 e B12 - presente para absorção direta somente em alimentos de origem animal)- Link 1 .
Juntamente a esses benefícios, tem-se o lado negativo que se deve a grande quantidade de colesterol (presente apenas em alimentos de origem animal) e gorduras saturadas, que são os fatores mais associados ao aumentos de doenças cardiovasculares (DCV) e dislipidemias - Link 2 .
Ainda, dependendo da forma de preparo, quando se emprega calor por tempo demasiado (frituras, churrasco, dessecar, etc), pode-se formar substâncias mutagênicas e cancerígenas a partir de compostos da carne, sendo essas substâncias associadas, juntamente com demais hábitos alimentares errados, ao aumento de casos de cancer de colon e reto na população - Link 3, Link 4.



Os laticínios (leite e derivados) são ótimas fontes de cálcio, porém assim como a biodisponibilidade do cálcio de origem vegetal não é excelente, a do cálcio de laticínios também não é, o que pode ser devido a elevada quantidade de sódio e proteínas - Link 5 . Mas os estudos ainda são contraditórios.



Os ovos são uma grande polêmica. O consumo excessivo (mais de um ovo diariamente, todos os dias) juntamente com outros alimentos de origem animal, com certeza terão impacto nos valores do colesterol sérico, uma vez que uma unidade de ovo  possui quase a quantidade recomendada como saudável de colesterol/dia (ovo: 213mg/recomendação: 300mg). Mas estudos vem demonstrando que o ovo não é mais o vilão das dislipidemias e DCV, pois possui diversos compostos antioxidantes que "auxiliam" na prevenção de diversas doenças, como aterosclerose - Link 6Link 7, Link 8.



A maior questão atual é que o consumo de alimentos de origem animal está cada vez maior, juntamente com alimentos industrializados, coincidindo com o baixo consumo de verduras, legumes, frutas, cereais integrais e castanhas. Como é divulgado cada vez mais na mídia, são exatamente estes alimentos, cada vez menos consumidos, que são responsáveis por diversos benefícios à saúde, por serem fontes de fibras, vitaminas, minerais e diversos compostos bioativos, prevenindo as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - Link 9.

Pirâmide Vegetariana

Os vegetarianos, são um grupo a parte nessa questão, por consumirem muito destes alimentos, o que também lhes traz uma dieta variada e nutricionalmente adequada à maior parte do desenvolvimento humano, com exceção à gestação, ao qual nem mesmo uma onívora consegue todos os nutrientes vindos apenas da alimentação, sendo necessária a suplementação de Ferro e vitamina B12.

Com exceção dos vegetarianos inadequados (que não se preocupam com a alimentação), é muito raro a desnutrição neste grupo, principalmente por proteínas. Lembre-se que a simples mistura do arroz com o feijão já nos proporciona uma proteína completa, de ótimo valor biológico, além de que, o consumo protéico da população em geral está muito elevado, o que pode ocasionar em danos renais e hepáticos a longo prazo.



No reino vegetal, as principais fontes protéicas são as leguminosas (feijão, soja, ervilha, grão de bico, etc), os cereais integrais (aveia, granola, arroz, cevada, etc ) farinhas e farelos (trigo, milho, triguilho, etc) e castanhas (do Pará, de caju, nozes, amendoim, pistache, etc) - Link 10Link 11. Mas não podemos nos esquecer que a maioria dos alimentos contem proteínas.

Quanto às vitaminas e minerais eu não preciso comentar que a dieta vegetariana é riquíssima, com exceção da vitamina B12, ao qual apenas os ovolactos ou os lactovegetarianos a consomem, porém não em quantidade adequada. Tem-se uma teoria de que a vitamina B12 produzida pelas bactérias do intestino grosso podem ser biodisponível, mas ainda não há consenso. Existe também a teoria de que certas algas ricas em B12 pudessem ser usadas na dieta para suprir as necessidades do indivíduo, porém, não se sabe se sua absorção é válida e se não, o porquê - Link 12Link 13.


 
A metabolização de vitamina B12 é variável, ou seja, há pessoas que necessitam se suplementação com 1 mês, 3 meses, 6 meses até um ano. Ou seja, é necessário o acompanhamento médico (pois somente médicos podem prescrever B12 - uma injeção) para saber a periodicidade da suplementação. É bom deixar claro que, durante minhas buscas para a edição deste post, percebi que a deficiência de vitamina B12 é alta na população mundial, não somente vegetarianos. Portanto, façam um exame de sangue para verificarem seus níveis, uma vez que a deficiência desta vitamina está correlacionada com distúrbios neurológicos e psiquiátricos e anemia megaloblástica.


 
O cálcio, quando feito o acompanhamento correto, pode ser consumido próximo dos valores adequados, se tratando de um paciente vegano. Quando não se consegue suprir, novamente entra-se com a suplementação medicamentosa, ou seja, feita por médico!
Outro ponto interessante a lembrar é que a ingestão de alimentos fonte de cálcio também não é correta na população onívora!


Deixarei aki outros links que retratam bem essa dualidade... Mas uma coisa é certa, se bem acompanhado, sem radicalismos, o vegetarianismo só traz benefícios.



Para mais sugestões ou mesmo entrar em contato: fernanda.oliveiranutricionista@hotmail.com

Fernanda Oliveira
Nutricionista CRN MG-9239

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Apresentação e o porquê do Blog.

Olá! Sou Fernanda Oliveira, nutricionista, recém-formada, e amo minha profissão. Justamente por isso, com a preocupação decorrente dos hábitos de vida da população e suas sérias consequências para a saúde, resolvi desenvolver esse blog como fonte de informação de nutrição para vocês, leitores, visando a prevenção e minimizar efeitos de possíveis doenças já existentes.
Vocês devem se perguntar o porquê do nome do blog... Muito simples! Cada um de nós é diferente do outro, possuímos um DNA (código genético) diferente e, justamente por isso, nossos organismos respondem diferentemente a tudo que estamos expostos, principalmente a alimentação, meu foco. Quero aproximá-los a ciência que tenta cada vez mais buscar respostas para essa individualidade bioquímica, ou seja, essa resposta individualizada do nosso organismo aos alimentos (nutrientes e compostos destes) e, também, como esses aliemntos pode interferir em uma melhora, ou piora, no funcionamento do organismo. Quero apresentar-lhes a Nutrigenômica!


Lógico que meu foco não será apenas este. Também irei falar sobre novidades da área de nutrição, responder perguntas feitas por vocês, dúvidas comuns, falarei de temas aos quais vocês façam a sugestão... tudo para saciar a sede de informações se vocês.

Por hoje é só! Espero receber sugestões de tema para o próximo post (na próxima semana). Caso não as receba, irei falar um pouco de um assunto bem discutido: a OBESIDADE!

Um grande abraço,

Fernanda Oliveira
Nutricionista - CRN MG 9239